quinta-feira, 7 de abril de 2011

Canastra Limpa

Essa coisa de sempre a verdade, a verdade, a verdade... Grande mentira

Não, não tem como se soltar as palavras na medida certa. Ou as mantemos na rédea curta ou elas vão correndo por aí, e mesmo quando são poucas, são precisas.
Sabe, as palavras sumiram, ficou a cachaça ou a abstinência dela. As palavras sumiram e ficaram os olhos, hora abertos, hora fechados. Ficou no meio da sala uma grande palavra atravessada, um palavrão, CAARAAALHO. E o caralho batia nas coxas, e o caralho batia nos joelhos, batia na cara dependendo da posição. Não, aquele caralho atravessado, não! Pus o caralho pra fora e você bateu a porta.

Essa coisa de sempre a verdade, a verdade, a verdade... Grande mentira. Mas pro caralho essa porta, pois essa porra eu não engulo.

Sabe aquelas palavras mágicas? Aquelas palavras desencadeadoras de encantamentos, ou feitiços, como preferir. Palavras que apartam e desapartam, hora trazem, hora levam. A gente sempre sabe sobre seus comandos, na verdade às vezes se engana, mas não tem jeito. É como uma canastra limpa, não tem como não baixar. Se não, elas se acumulam, se acumulam, até o ponto em que se misturam e escondem seus sentidos.

Mas fim de jogo, quem ganhou?

Mentira, o jogo de palavras, titulares e reservas, se protela. Por hora, apenas jogadores igualmente perdedores e ganhadores. Ao fim, veremos a quem pertence qual verdade. Qual narrativa irá se constituir e qual memória se recriará.