E lá fica Luizinho com os olhos fitados no espelho
com os olhos marejados, enxutos e contidos...
com os olhos cegos pela imagem derradeira
E lá fica Luizinho... Perdido no branco mármore da Vênus
No branco mármore mudo e frio, nu e alheio aos demais, alheio às plantas e animais, alheio a todas as demais porções frias de rocha; brancas, ruivas ou morenas
Alheio mármore branco
solitário branco e frio,
alheio ao próprio sentido retido por seus lustrados póros
inanimado, mas vivo dentro de uma forma perfeita
parido no branco ocular das mais tímidas falésias
Mas esqueça a Vênus eterna e morta
Lá fica Luizinho, lá...De frente, de fora, de lado
de zig zag entre as ideias, entre razões e falhos cálculos
entre as 9 e 18 horas, entre o horário comercial
entre extensões e pós-graduações
entre a terapia e o cinzeiro
entre as portas de entrada e saída
entre o que foi e o que é
Lá fica Luizinho...
aspirante relutante
paciente de si próprio
de soslaio para o arco iris