Sabe quando teu plano enverga, irmão?
Quando sai do prumo... Quando sai do rumo...
Quando a sorte está para brincadeiras...
Sabe?
Quando o plano sai pela tangente e você segue em frente tateando no breu
Quando você sente que a morte já morreu
E que a vida não viveu até se deparar com seu fim
Quando você clama pela razão, pela orientação...
E quer fugir da sensação de implosão por uma confusa verdade
Sabe?
E agora, irmão?
E agora?
Se o passado te trouxe até aqui
E o futuro que você nem imaginou existir te invade os tímpanos, as vistas, os poros...
E agora, irmão?
E agora? E o agora, o que é?
E o necessário onde está?
Olha teu plano onde foi parar?
Irmão, e agora?
sexta-feira, 7 de dezembro de 2012
quarta-feira, 28 de novembro de 2012
Não sou Roberto Carlos, mas esse cara sou eu
O leve sono dos brutos
O escrúpulo dos sujos
A exatidão do vento – o cata-vento
A pegada da resposta
Sou eu
O âmago da hora
Menina, mulher, senhora
Varão, senhor, moleque
Verdade em xeque
Um moinho de raízes
Recreio dos aprendizes
Coração num pão sovado de razão
Dois pés, duas mãos
20 dedos, 32 dentes
Recriação intermitente
Verdade residente, convincente
Célula consciente
Leal ao que se sente
Displicente, prestando atenção nas cores, nos odores, nos sabores
nos indecentes, nos amorais, nos rivais, nos triviais
nas pedras e nos canais
nos subtotais, nos subterrâneos, nos subterfúgios, nos refúgios
nas luzes
e nos esconderijos
quinta-feira, 25 de outubro de 2012
Poesia nº 1
Pausa
Pausa para a palavra
preciso dizer e rápido
preciso me ouvir
preciso me ouvir a bater
a batidas
abatidas dores à golpes de pão doce
de uvas verdes
de azuis marinhos
abatidas dores à golpes de bem-te-vis
Pausa para a palavra
preciso dizer e rápido
preciso me ouvir
preciso me ouvir a bater
a batidas
abatidas dores à golpes de pão doce
de uvas verdes
de azuis marinhos
abatidas dores à golpes de bem-te-vis
segunda-feira, 1 de outubro de 2012
Sobre o que são as coisas e isso me inclui
Vivo no enlace de diferentes matérias
Já disse isso
Nem só alma, nem só idéia
Vivo
Vivo entre escolhas irreversíveis
PERO, irreversíveis só na carne
só na carne, só na carne
A carne putrefa
A idéia borbulha
A idéia cura onde a carne mata
e onde a idéia maltrata
a carne soluça
a carne come
a carne bebe
a carne fuma, cheira
a carne dorme
a carne se destrói e infla a nova idéia
Idéia
parto póstumo de seu status de anti-matéria
Já disse isso
Nem só alma, nem só idéia
Vivo
Vivo entre escolhas irreversíveis
PERO, irreversíveis só na carne
só na carne, só na carne
A carne putrefa
A idéia borbulha
A idéia cura onde a carne mata
e onde a idéia maltrata
a carne soluça
a carne come
a carne bebe
a carne fuma, cheira
a carne dorme
a carne se destrói e infla a nova idéia
Idéia
parto póstumo de seu status de anti-matéria
segunda-feira, 24 de setembro de 2012
quarta-feira, 29 de agosto de 2012
Para todas as piranhas com amor
Vai no beco da
Chatuba, no Manguinho ou Arará
Patati Patata
Patati Patata
Patati Patata
Patati Patata
Cidade Alta,
Jacará, Cordovil e a VK
Patati Patata
Patati Patata
Patati Patata
Patati Patata
Ela me Dá em qualquer lugar
Patati Patata
Patati Patata
Patati Patata
Patati Patata
Na Mangueira, Árvore Seca, Camari como tá
Patati Patata
Patati Patata
Patati Patata
Patati Patata
Em todas
favelas
do rio
toda hora
ela quer me dar
do rio
toda hora
ela quer me dar
Patati
Patata
Patati Patata
Patati Patata
Patati Patata
Ela me dá em
qualquer lugar
Vai no beco,
vai no bico, vai na rua
Ela vai pro
baile sem calcinha
As piranha da
Chatuba gosta de adrenalina
Patati Patata
Patati Patata
Patati Patata
Patati Patata ...
terça-feira, 28 de agosto de 2012
PORRADA
Num sei,
Só sei que sempre tento:
Não matar
(Não gosto de morte)
Não fazer doer,
Não fazer sofrer,
Não machucar.
Sim, sinto raiva, inveja, ciúme...
mas as guardo, não distribuo coisas ruins.
As vezes grito, GRITO.
É a coisa que me resta
Grito e atenuo por alguns segundos o pesar, O PESAR.
Não quero ser eloquente
Só quero gritar, pra nunca mais me ouvir,
te ouvir, OUVIR, OUVIR...
Malditos ouvidos que não se calam
Já caí varias vezes na mesma armadilha, agora eu a recolhi
é hora de se tecer
qualquer coisa diferente, nem precisa ser nova, apenas diferente
Sabe, minha cabeça me faliu, ao menos nesse calendário,
entrou em concordata um pouco depois do coração,
minha imaginação não contava com a realidade.
Tava quase tudo legal na terra da fantasia, mas brincamos
demais com a realidade
Brincamos demais com a realidade
Brincamos demais com a realidade
Sabe, nós brincamos com coisas delicadas
e então... eu me fudi
sim, assim, me fudi
a corda sempre
arrebenta do lado de quem a sustenta.
E hoje, no planeta terra , dentre as 678 mil punhaladas distribuídas
diária e ordinariamente, uma foi a minha, bem fundo, bem fundo, bem fundo...
fundo o suficiente para secar a fonte
28 de Agosto de 2012.
28 de Agosto de 2012.
sexta-feira, 27 de julho de 2012
sexta-feira, 13 de julho de 2012
Sobre a Música e afins
Pinturas pelos muros do pátio interno
portas, janelas, paisagens e retratos bidimensionais
Alguns sons, alguns chamados música, alguns tipo telefone
sem fio
alguns tipo teletransporte
tipo identidade
tipo ligação, transmissão, pensamento
tipo contato
tipo contato
tipo lembrança...
...Tudo mentira
elucubrações
fantasias
fantasias sonoras, táteis, olfativas
balas de marschmalow
doces que somem na barriga
de um corpo de coração venoso, de artérias entupidas
Muita contra-mão, muito não, muito então, muito se sim, se não
Excesso de circulação ao redor do mesmo ponto
Agora pronto
agora canto
e canto às vezes velhas melodias
e canto às vezes velhas melodias
são bonitas as vezes velhas manias
mas cubro, risco e pinto
pelos muros da burquesia
novas portas, janelas, paisagens, retratos, relatos, contratos, teses e até poesias
sexta-feira, 15 de junho de 2012
Criação Seletiva
Cabeças cunhadas à marteladas
coração hollywood esculpido
amplidão
paisagem
imagem
margem
rumo
categoria vida, pós historia, escrita
pensamento em locução saturado de razão
coração, coração, lotação esgotada
passadas largas nos levam ao vagão
automação
medo, alienação
preguiça
cobiça
cú na mão, indulgencia, redenção
tudo é não
não
não
na condução
da criação: seletiva, optativa, intencional
OBJETO RELACIONAL
mas agora irracional, escondida
vendida pro capital
fudeu, Vitruvius
perdeu, Neanderthal
terça-feira, 22 de maio de 2012
Pro mundo se acabar em calda doce
Te aperto
Te aperto com as pontas dos dedos, e com a ponta dos dedos te
aperto com a força dos braços
Te aperto como quem assim tirasse as sementes das uvas
Te aperto contra meu peito e miro teus olhos revirados
Te aperto contra mim, e bem perto e ajustado aperto você, eu, o mar, o sol, a ladainha, o gato, o sorvete, e a maria mole todos bem apertados e metidos em calda doce, acomodados bem no fundo do buraco das uvas
sexta-feira, 4 de maio de 2012
segunda-feira, 30 de janeiro de 2012
Monkey Sapiens
Um belo dia, vendo-se refletir no espelho d'água, um peludo primata disse:
Eu ser vivo
Eu morrer
Eu você
Eu...
Ele ia ainda dizer algumas outras palavras reveladoras quando foi violentamente interrompido com uma forte paulada na cabeça, dada por outro primata concorrente que ambicionava saborear suas verdes bananas.
Seus descendentes seguiram o mesmo caminho, todos abatidos enquanto se banhavam, comiam, trepavam, dormiam, ou atacavam outros animais. Com exceção de Primata Jr. Talentoso e "diferente dos demais" ingressou na Escola primata de filosofia ainda Erectus para se tornar o maior Monkey Sapiens de sua geração.
Quando em um belo dia, vendo os demais primatas a se banharem, treparem, comerem, peidarem e se atacarem disputando verdes bananas, ele disse:
Eu ser vivo
Eu morrer
Eu você
Eu...
Ele ia ainda dizer algumas outras palavras reveladoras quando sentiu um forte arrefecimento em suas idéias e saltou violentamente do penhasco sobre os galhos e pedras lá em baixo.
Os outros primatas viram sua queda e correram para o local. Logo examinaram o corpo. Ele estava morto. Arrancaram seus membros e seus órgãos. Estavam uma delícia. Menos para um jovem cabeludo, ainda cheirando à leite de macaca. Ele viu seus órgãos, suas vísceras e seus olhos abertos como se ainda olhasse a vida e sentiu medo. Ele sentiu medo e disse:
Eu ser vivo
Eu morrer
Eu você
Eu...
Ele ia ainda dizer outras palavras reveladoras, mas faltavam palavras no restrito seu vocabulário. Na verdade aquelas eram as únicas palavras ditas até então, e ele se recolheu. Não mais comeu, não mais trepou, nem dormiu por semanas. Sempre mais distante, foi visto pela ultima vez comendo bananas pela raiz. Seu corpo sumiu pelo Eufrates, e em seu leito encontram seu diário, um punhado de papiros de banana, com mais de 100 mil verbetes escritos à carvão. Foi uma bela fogueira naquela noite.
Mas em um dia pouco belo o céu se abriu e de lá do alto do penhasco um velho e grande macaco grisalho olhava os demais a se banharem, treparem, comerem e se atacarem por bananas verdes, quando disse:
Você ser vivo
Você morrer
Você estar
Você não ser
A notícia caiu bombasticamente, e todos passaram a correr em fuga pra lá e prá, quando o velho macaco disse:
Deus fazer o mundo
Deus fazer você
Deus o dono das coisas
Deus no céu a te ver
O diabo veste Prada
E Deus salvar você
E içou duas tabuas de madeira e dizendo:
1°) AMAR A DEUS SOBRE TODAS AS COISAS
2°) NÃO TOMAR SEU SANTO NOME EM VÃO
3°) GUARDAR DOMINGOS E FESTAS DE GUARDA
4°) HONRAR PAI E MÃE
5°) NÃO MATAR
6°) NÃO PECAR CONTRA A CASTIDADE
7°) NÃO ROUBAR
8°) NÃO LEVANTAR FALSO TESTEMUNHO
9°) NÃO DESEJAR A MULHER DO PRÓXIMO
l0°) NÃO COBIÇAR AS COISAS ALHEIAS
11º)NÃO COMER BANANAS VERDES, AS EMBRULHE EM UM JORNAL
Dito isso, o velho macaco se enrolou em tecidos mande in Vietnã, desceu do penhasco e andou pelo meio do povo. Os demais primatas o olhavam estarrecidos e alguns faziam o que melhor sabiam, o atacavam, mas a cada ataque previsto o velho macaco sacudia elegantemente sua capa grená made in Vietnã os paralisando com seu brilho acetinado.
Não satisfeito, o macaco velho conduziu os infantes peludos a uma mesa posta. Louças inglesas, açúcar brasileiro, french fries, vinho chileno, hambúrgueres e refrigerantes de cola americanos, chocolates suíços, pães franceses... Tudo uma delicia.
A mesa estava posta e os convidados sedentos. Uma explosão de sabores preenchia seus paladares toscos e barrigas magras. Ninfas macacas dançavam entre finos panos ao som de um crooner inspirado em um banquinho e violão. Ah, tudo como na novela; serviço de primeira, música ao vivo, garçons sorridentes e manobristas na porta.
Em pouco tempo o empreendimento era um sucesso e outros se fixaram ao seu redor; Uma verdadeira rede de serviços. Cabelereiros unisex, cabelereiros sex, padarias que serviam pão com sementes de granola em pratos com garfo e faca, suquerias, pet shops, locadoras, academias, yoguberies... A cidade era uma maravilha.
Naquele momento todos já tinham descido das árvores, iam à Igreja aos domingos, os machos aos puteiros às sextas, e as fêmeas à hidroginástica pelas manhãs. Ninguém mais se banhava, trepava, ou peidava às vistas dos outros, nem se batiam e se matavam, não sentados à mesma mesa.
Eu ser vivo
Eu morrer
Eu você
Eu...
Ele ia ainda dizer algumas outras palavras reveladoras quando foi violentamente interrompido com uma forte paulada na cabeça, dada por outro primata concorrente que ambicionava saborear suas verdes bananas.
Seus descendentes seguiram o mesmo caminho, todos abatidos enquanto se banhavam, comiam, trepavam, dormiam, ou atacavam outros animais. Com exceção de Primata Jr. Talentoso e "diferente dos demais" ingressou na Escola primata de filosofia ainda Erectus para se tornar o maior Monkey Sapiens de sua geração.
Quando em um belo dia, vendo os demais primatas a se banharem, treparem, comerem, peidarem e se atacarem disputando verdes bananas, ele disse:
Eu ser vivo
Eu morrer
Eu você
Eu...
Ele ia ainda dizer algumas outras palavras reveladoras quando sentiu um forte arrefecimento em suas idéias e saltou violentamente do penhasco sobre os galhos e pedras lá em baixo.
Os outros primatas viram sua queda e correram para o local. Logo examinaram o corpo. Ele estava morto. Arrancaram seus membros e seus órgãos. Estavam uma delícia. Menos para um jovem cabeludo, ainda cheirando à leite de macaca. Ele viu seus órgãos, suas vísceras e seus olhos abertos como se ainda olhasse a vida e sentiu medo. Ele sentiu medo e disse:
Eu ser vivo
Eu morrer
Eu você
Eu...
Ele ia ainda dizer outras palavras reveladoras, mas faltavam palavras no restrito seu vocabulário. Na verdade aquelas eram as únicas palavras ditas até então, e ele se recolheu. Não mais comeu, não mais trepou, nem dormiu por semanas. Sempre mais distante, foi visto pela ultima vez comendo bananas pela raiz. Seu corpo sumiu pelo Eufrates, e em seu leito encontram seu diário, um punhado de papiros de banana, com mais de 100 mil verbetes escritos à carvão. Foi uma bela fogueira naquela noite.
Mas em um dia pouco belo o céu se abriu e de lá do alto do penhasco um velho e grande macaco grisalho olhava os demais a se banharem, treparem, comerem e se atacarem por bananas verdes, quando disse:
Você ser vivo
Você morrer
Você estar
Você não ser
A notícia caiu bombasticamente, e todos passaram a correr em fuga pra lá e prá, quando o velho macaco disse:
Deus fazer o mundo
Deus fazer você
Deus o dono das coisas
Deus no céu a te ver
O diabo veste Prada
E Deus salvar você
E içou duas tabuas de madeira e dizendo:
1°) AMAR A DEUS SOBRE TODAS AS COISAS
2°) NÃO TOMAR SEU SANTO NOME EM VÃO
3°) GUARDAR DOMINGOS E FESTAS DE GUARDA
4°) HONRAR PAI E MÃE
5°) NÃO MATAR
6°) NÃO PECAR CONTRA A CASTIDADE
7°) NÃO ROUBAR
8°) NÃO LEVANTAR FALSO TESTEMUNHO
9°) NÃO DESEJAR A MULHER DO PRÓXIMO
l0°) NÃO COBIÇAR AS COISAS ALHEIAS
11º)NÃO COMER BANANAS VERDES, AS EMBRULHE EM UM JORNAL
Dito isso, o velho macaco se enrolou em tecidos mande in Vietnã, desceu do penhasco e andou pelo meio do povo. Os demais primatas o olhavam estarrecidos e alguns faziam o que melhor sabiam, o atacavam, mas a cada ataque previsto o velho macaco sacudia elegantemente sua capa grená made in Vietnã os paralisando com seu brilho acetinado.
Não satisfeito, o macaco velho conduziu os infantes peludos a uma mesa posta. Louças inglesas, açúcar brasileiro, french fries, vinho chileno, hambúrgueres e refrigerantes de cola americanos, chocolates suíços, pães franceses... Tudo uma delicia.
A mesa estava posta e os convidados sedentos. Uma explosão de sabores preenchia seus paladares toscos e barrigas magras. Ninfas macacas dançavam entre finos panos ao som de um crooner inspirado em um banquinho e violão. Ah, tudo como na novela; serviço de primeira, música ao vivo, garçons sorridentes e manobristas na porta.
Em pouco tempo o empreendimento era um sucesso e outros se fixaram ao seu redor; Uma verdadeira rede de serviços. Cabelereiros unisex, cabelereiros sex, padarias que serviam pão com sementes de granola em pratos com garfo e faca, suquerias, pet shops, locadoras, academias, yoguberies... A cidade era uma maravilha.
Naquele momento todos já tinham descido das árvores, iam à Igreja aos domingos, os machos aos puteiros às sextas, e as fêmeas à hidroginástica pelas manhãs. Ninguém mais se banhava, trepava, ou peidava às vistas dos outros, nem se batiam e se matavam, não sentados à mesma mesa.
sexta-feira, 27 de janeiro de 2012
Quiromancia ou Exegese; quando os fins não justificam os meios
É só olhar pra traz e ver como o futuro é previsível
Pesquise pelas manchetes desta mesma data há exatos cem anos e você terá as noticias do dia.
Será falta de memória ou falta de coragem pra olhar nossos atos de frente?
Voltas e voltas nessa roda gigante itinerante, que roda, roda, anda, anda... Mas não sai do seu lugar.
Ah, mas tem que sair... 5cm ao ano, igual ao afastamento dos continentes, discreta e cabalmente tal qual as primeiras fissuras do Pangeia.
Ah, quem vive de passado é o presente
quem vive de futuro é o presente
mas quem vive de presente é o esperto
Não bastava atravessar a rua quando o sinal está fechado? O que mais fazer da vida?Lixe suas unhas, prepare seu jantar...
Existem rotas
Existem normas
E existem coisas sem nenhuma natureza intrínseca
... Só existem coisas sem nenhuma natureza intrínseca
Rotas, normas...
A natureza se transforma
já diziam os pré-socráticos
A energia não se finda
já se dizia no século das luzes
Mas o que só eu sei
é que só eu carrego o martelo e os pregos de minha cruz
que o meu amor é só meu
e que tudo que sou ou fui ou serei morrerá com minha carne
O que só eu sei
é que meu corpo não é só sangue e músculos
nem só alma ou idéia
vivo no enlace das mais diferentes matérias
matérias sem natureza intrínseca, repletas de normas e rotas artificiais
Id, Ego e SuperEgo...
já dizia Freud e outros industrialistas
Mas o que ele não sabia
é que fodam-se as suas teorias
pois até os mais loucos são senhores
entre as paredes de seus pensamentos
Sei que não há nada de novo em meus devaneios
ao contrário de Sócrates, Descartes ou Freud (segundo a história)
A novidade, se é que esta natureza existe, está velada em uma carta relida
em uma mensagem esquecida
a novidade é dar bom dia
mesmo que todo dia não haja nada mais tão óbvio ou elementar
...Bom dia pra você...
Pesquise pelas manchetes desta mesma data há exatos cem anos e você terá as noticias do dia.
Será falta de memória ou falta de coragem pra olhar nossos atos de frente?
Voltas e voltas nessa roda gigante itinerante, que roda, roda, anda, anda... Mas não sai do seu lugar.
Ah, mas tem que sair... 5cm ao ano, igual ao afastamento dos continentes, discreta e cabalmente tal qual as primeiras fissuras do Pangeia.
Ah, quem vive de passado é o presente
quem vive de futuro é o presente
mas quem vive de presente é o esperto
Não bastava atravessar a rua quando o sinal está fechado? O que mais fazer da vida?Lixe suas unhas, prepare seu jantar...
Existem rotas
Existem normas
E existem coisas sem nenhuma natureza intrínseca
... Só existem coisas sem nenhuma natureza intrínseca
Rotas, normas...
A natureza se transforma
já diziam os pré-socráticos
A energia não se finda
já se dizia no século das luzes
Mas o que só eu sei
é que só eu carrego o martelo e os pregos de minha cruz
que o meu amor é só meu
e que tudo que sou ou fui ou serei morrerá com minha carne
O que só eu sei
é que meu corpo não é só sangue e músculos
nem só alma ou idéia
vivo no enlace das mais diferentes matérias
matérias sem natureza intrínseca, repletas de normas e rotas artificiais
Id, Ego e SuperEgo...
já dizia Freud e outros industrialistas
Mas o que ele não sabia
é que fodam-se as suas teorias
pois até os mais loucos são senhores
entre as paredes de seus pensamentos
Sei que não há nada de novo em meus devaneios
ao contrário de Sócrates, Descartes ou Freud (segundo a história)
A novidade, se é que esta natureza existe, está velada em uma carta relida
em uma mensagem esquecida
a novidade é dar bom dia
mesmo que todo dia não haja nada mais tão óbvio ou elementar
...Bom dia pra você...
segunda-feira, 23 de janeiro de 2012
MAR MANSO ou Papo de maluco
Tudo águas de piscina. Era o que meu pai dizia.
Creio que preferiria algo mais agitado, mas certas inflamações são tolas. Lidar com a sensatez às vezes guarda armadilhas, aliás, sempre guarda armadilhas.
São inúmeras as armadilhas. Posso listá-las em ordem de lembrança:
Raiva, ciúme, solidão
Tristeza, chororô
Não, parei com o chororô, não é racional
Mas o que é racional? Viver nessas águas inanimadas?
O rebuliço é a gente que faz, sempre. E brincar com o próprio nariz sobre o limite entre o niilismo e a esquizofrenia não é tão fácil assim. Como disse, o bem estar guarda muitas armadilhas.
Criador e criatura se confundiram. Aliás, nunca foram dissociados. No dia em que segurei entre as mãos meu primeiro objeto, escrevi em mim o seu nome pra jamais esquecer a quem pertencia. Ainda olho em seus olhos às vezes, na sua vez dentre os diversos objetos posteriores, na tentativa de ratificar a quem pertenço. Nutro a confortável ilusão de ser livre admirando a artificial grandiosidade de minhas obras, obras para além da minha pessoa, obras empoeiradas pela fuligem original da Terra.
Mas todas essas idéias tortas e frases soltas só reafirmam a retórica de nossa prisão, ou, de nossa oportunidade. Sim, a existência enquanto oportunidade. Ato que rasga o nada, o abre, o disseca, o revela, o destrói, ou ... Apenas nos ilude de não sermos qualquer matéria rala e vulgar. Ou ainda, de não sermos essa anti-matéria unívoca e universal.
De fato, são questões irrelevantes, posto que nenhuma pedra se moverá ao ouvir qualquer resposta. Mas afinal, o que meu pai e seus ditados têm haver com isso tudo?
Têm haver que toda essa pseudo reflexão sobre o próprio umbigo se abriga nesse tédio racionalizado, nesses 28° à sombra, nesse domingo e todo o resto do calendário Cristão-burgûes; Se abriga nessa falta de troféus e de outros objetos inventados, nessa falta de AMOR (Anti Morte por Razão)
É...A estante está vazia, como sempre esteve, mas mais nua, mais crua, mais verdadeira em suas mentiras pra esfregar na vaidade desse réles preterido os excrementos de seus ídolos igualmente mentirosos.
Bem, mas estamos aqui, em mais um piquenique, ilhados em Strombali, indecisos entre piroclastos e confetes. E como diria A foca e o carpinteiro ou na história das ostras curiosas: A morte é certa, a vida é bela, e o sol está a brilhar.
Creio que preferiria algo mais agitado, mas certas inflamações são tolas. Lidar com a sensatez às vezes guarda armadilhas, aliás, sempre guarda armadilhas.
São inúmeras as armadilhas. Posso listá-las em ordem de lembrança:
Raiva, ciúme, solidão
Tristeza, chororô
Não, parei com o chororô, não é racional
Mas o que é racional? Viver nessas águas inanimadas?
O rebuliço é a gente que faz, sempre. E brincar com o próprio nariz sobre o limite entre o niilismo e a esquizofrenia não é tão fácil assim. Como disse, o bem estar guarda muitas armadilhas.
Criador e criatura se confundiram. Aliás, nunca foram dissociados. No dia em que segurei entre as mãos meu primeiro objeto, escrevi em mim o seu nome pra jamais esquecer a quem pertencia. Ainda olho em seus olhos às vezes, na sua vez dentre os diversos objetos posteriores, na tentativa de ratificar a quem pertenço. Nutro a confortável ilusão de ser livre admirando a artificial grandiosidade de minhas obras, obras para além da minha pessoa, obras empoeiradas pela fuligem original da Terra.
Mas todas essas idéias tortas e frases soltas só reafirmam a retórica de nossa prisão, ou, de nossa oportunidade. Sim, a existência enquanto oportunidade. Ato que rasga o nada, o abre, o disseca, o revela, o destrói, ou ... Apenas nos ilude de não sermos qualquer matéria rala e vulgar. Ou ainda, de não sermos essa anti-matéria unívoca e universal.
De fato, são questões irrelevantes, posto que nenhuma pedra se moverá ao ouvir qualquer resposta. Mas afinal, o que meu pai e seus ditados têm haver com isso tudo?
Têm haver que toda essa pseudo reflexão sobre o próprio umbigo se abriga nesse tédio racionalizado, nesses 28° à sombra, nesse domingo e todo o resto do calendário Cristão-burgûes; Se abriga nessa falta de troféus e de outros objetos inventados, nessa falta de AMOR (Anti Morte por Razão)
É...A estante está vazia, como sempre esteve, mas mais nua, mais crua, mais verdadeira em suas mentiras pra esfregar na vaidade desse réles preterido os excrementos de seus ídolos igualmente mentirosos.
Bem, mas estamos aqui, em mais um piquenique, ilhados em Strombali, indecisos entre piroclastos e confetes. E como diria A foca e o carpinteiro ou na história das ostras curiosas: A morte é certa, a vida é bela, e o sol está a brilhar.
quinta-feira, 12 de janeiro de 2012
FOI (Future Options Intelligence)
De repente você passou
você, que você?
você não existe mais
Massageio entre os dedos dos pés e caminho com minhas novas sandálias couro cru
Lavo o rosto com sabonete antibacteriano e pago 55 reais num corte e hidratação
Leio ebooks, baixo videos, ouço bandas desconhecidas...
Desejo
toco
durmo
canso
vivo
às vezes choro
sim, ainda vivo
De repente o passado passou e levou a própria falta com ele
Fato que às vezes bate saudade
e anoto no espelho mais uma idiossincrasia
Sim, ainda vivo
e passo
como passa todo enredo
Mas se por um acaso um dia passamos nós
Pelo acaso passeiam pássaros em rotas aleatórias
Pela matéria passam transformações compulsórias
Pela trama passeiam passos em novas velhas histórias
você, que você?
você não existe mais
Massageio entre os dedos dos pés e caminho com minhas novas sandálias couro cru
Lavo o rosto com sabonete antibacteriano e pago 55 reais num corte e hidratação
Leio ebooks, baixo videos, ouço bandas desconhecidas...
Desejo
toco
durmo
canso
vivo
às vezes choro
sim, ainda vivo
De repente o passado passou e levou a própria falta com ele
Fato que às vezes bate saudade
e anoto no espelho mais uma idiossincrasia
Sim, ainda vivo
e passo
como passa todo enredo
Mas se por um acaso um dia passamos nós
Pelo acaso passeiam pássaros em rotas aleatórias
Pela matéria passam transformações compulsórias
Pela trama passeiam passos em novas velhas histórias
quarta-feira, 4 de janeiro de 2012
Ultrapassagem
Desamor
Desbalanço de ambições
ULTRAPASSAGEM
desbalanço de tempos
Como se o tempo fosse um só
não, isso já é quase consenso, o tempo não é linear, ele não existe
O que poucos sabem é que além disso, ele é vários e todos em potência
Os passados repassam,
Os presentes se ausentam
E futuramente tudo está bem aqui
Enquanto um agora estendido me grita a mesma coisa
um futuro delgado tenta me convencer da mesma outra coisa
ULTRAPASSAGEM, ULTRAPASSAGEM
mas o agora... Não dissolve, não tacitamente
ULTRAPASSAGEM...
o tempo existe, eu insisto,
vamos ver qual eu desisto
ULTRAPASSAGEM
Um qualquer ontem me visita, com óculos de sol e peruca, ontem mesmo usava batom, ante-ontem penteava o bigode
O ontem me repassa
ULTRAPASSAGEM
eu me repasso
ULTRAPASSAGEM
por várias vezes
ULTRAPASSAGEM
janela
break
IMAGEM
MOLDURA
E um grito tão belo quanto tolo se fez ouvir por poucas milhas
retórno
não tenho as chaves
não tenho as portas
não há paredes
abraço ao léu
não há barreiras
não há bandeiras
não há cadeiras
só velocidade
só a fome da necessidade
ULTRAPASSAGEM
Desbalanço de ambições
ULTRAPASSAGEM
desbalanço de tempos
Como se o tempo fosse um só
não, isso já é quase consenso, o tempo não é linear, ele não existe
O que poucos sabem é que além disso, ele é vários e todos em potência
Os passados repassam,
Os presentes se ausentam
E futuramente tudo está bem aqui
Enquanto um agora estendido me grita a mesma coisa
um futuro delgado tenta me convencer da mesma outra coisa
ULTRAPASSAGEM, ULTRAPASSAGEM
mas o agora... Não dissolve, não tacitamente
ULTRAPASSAGEM...
o tempo existe, eu insisto,
vamos ver qual eu desisto
ULTRAPASSAGEM
Um qualquer ontem me visita, com óculos de sol e peruca, ontem mesmo usava batom, ante-ontem penteava o bigode
O ontem me repassa
ULTRAPASSAGEM
eu me repasso
ULTRAPASSAGEM
por várias vezes
ULTRAPASSAGEM
janela
break
IMAGEM
MOLDURA
E um grito tão belo quanto tolo se fez ouvir por poucas milhas
retórno
não tenho as chaves
não tenho as portas
não há paredes
abraço ao léu
não há barreiras
não há bandeiras
não há cadeiras
só velocidade
só a fome da necessidade
ULTRAPASSAGEM
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