quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

Reflexões de passagens ou Feliz Ano Velho com outras palavras


Calendário novo, né camarada?
Então pega o liquid paper e conserta o último dígito que a roda completou 360.
Mas e aí, o que mudou?
Hora, hora meu jovem, nada
Nada muda se os mudos se calam
Ou se os cegos se cansam de ver
O plano continua o mesmo
A mesma bússola quebrada
A mesma puxada de tapete de sempre,
A mesma rasteira e o mesmo Aú
A mesma ginga, a mesma tirada, o mesmo de raspão, o mesmo senão, o mesmo por pouco, o mesmo na mosca, o mesmo na boa, a mesma lua, a mesma rua, tudo na sua
O mesmo soco na barriga
A mesma gargalhada debaixo da chuva
O mesmo gato preto debaixo da escada
A mesma falta de ar debaixo dos seus cabelos
A mesma festa desnorteada e onipresente, a mesma dor de tanto rir
Mas como a moeda gira
Paz/desespero
paz/desespero
paz/paz/paz/
loucuuuura
(PAUSA)
mais paz/paz/paz/paz
(             )
E o calendário maia?
E o calendário judeu?
E o calendário da receita federal?
Qual a próxima restituição?
Mas antes, quando vem o leão?
Já dei tanto a minha parte, recebi indevidos, o capital se misturou e o meu bolso furado
E o meu bolso furado
Perdi chaves, cigarros, números
Achei uma menina e um vestido
O calendário é sempre um achado
E o tempo sempre perdido, nos faz ordens em tom de pedido
Não é só rima, faz sentido, acredite, faz sentido
E o tempo sempre perdido nos faz ordens em tom de pedido
Mas soltaram os fogos e a beleza caiu na minha cabeça
Tentei gravar,
acho que consegui,
Sempre vou ter
um desejo de chorar
um motivo para sorrir
Não é só rima, faz sentido, acredite, faz sentido
Tentei gravar, juro
e acho que consegui
mais uma dose de vida no peito
é fogo e cinza, não tem jeito
é riso aberto
é chôro certo
é entropia cardia

"ano novo" é o caralho
e vai tomar um "bom dia"



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